quarta-feira, 13 de maio de 2009

Fala, Filho da Mãe!!! – Para os entrefolhenses



A leitura do livro revela a beleza presente no cotidiano de uma cidade simples do interior e de pessoas mais simples ainda... Só mesmo alguém com alma de poeta para descobrir e desvendar a poesia de uma venda de lugarejo: “na venda do arlindo maria não havia tristeza que ria”... A sensibilidade do autor no poema Jardinagem é tocante, como tocante, também, é a percepção da magnitude do cactos rejeitando o enxerto. Sensação de desilusão que ponteia a vida do ser humano... Como crianças, constantemente, nos vemos diante de situações imutáveis. A vida é assim... seguimos caminho afora, perdendo dia-a-dia as certezas e as ilusões. E para não perder o sabor da vida é preciso armar-se de esperança, criando novas ilusões...
A Entre Folhas retratada em Fala, Filho da Mãe!!! não é uma cidade utópica, os personagens estão escondidos nos inúmeros moradores: gente alegre, divertida e que acredita na vida e nas pessoas. Acontecimentos marcantes da vida entrefolhense aparecem no livro, como no poema Usina da Cana Quebrada. “Na curva da estrada / a mão traiçoeira/ no bolso enfiada. Na curva da estrada/ os restos mortais/ de uma safra apagada.”
Quanta esperança perdida, quanto sonho abandonado, quanta gente judiada... Desalento e tristeza... O livro lembra lugares e pessoas que já não existem mais, mas que ocupam, ainda, um espaço muito importante na formação da história da cidade e, por isso mesmo, na história de seus filhos. Quem nasceu em Entre Folhas , vai se encontrar nas páginas do livro de Wagner Martins... Serão inevitáveis as lembranças de lugares e pessoas especiais... Mas se você não é entrefolhense e ainda não esteve por esses lados, sentirá uma vontade imensa de conhecer essa terra...
E aqui chegando, constatará que a felicidade, realmente, mora aqui!

Um comentário:

  1. Não vejo a hora de "por minhas mãos" no Filho da mãe, o agarrarei pelas orelhas no sentido de escutar a poesia codificada nas lembranças.
    Entre Folhas existia na minha memória, desenhada como Petrópolis, no caminho de D.Pedro II. Apenas agora tive o prazer de conhecer. Constatei que a História permanece nas entrelinhas,tornando necessário o espelho poético d'Entre Folhas, para realçar a memória que aviva o coração.

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